Após uma semana de encontros no
Brasil, o secretário-geral da ONG Anistia Internacional, Salil Shetty,
cobrou o fim da impunidade policial e um maior consistência na proteção
aos direitos humanos, afirmando que tanto favelas do Rio quanto
comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul parecem ser "zonas francas
de direitos humanos".
"É como se essas pessoas não estivessem no
Brasil. Lá valem regras diferentes. Elas vivem em zonas de guerra, e
todos os direitos humanos estão suspensos", disse o indiano.Shetty passou a última semana no Brasil e ouviu relatos de violência de moradores do Complexo da Maré e de comunidades indígenas em Dourados, no Mato Grosso do Sul, onde visitou uma aldeia Guarani-Kaiwoá e se reuniu com lideranças de diversas etnias.
Em Brasília, ele teve encontros com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e o secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho.
"Procurei transmitir para eles um sentido de urgência", disse. "Essas comunidades (tanto as indígenas quanto as favelas) estão perdendo a paciência."
Ao encerrar sua visita na sexta-feira, Shetty considerou que o governo tem muitas conquistas das quais deve se orgulhar, citando a redução da pobreza, a desigualdade de renda e a criação da Comissão da Verdade.
Mas disse que o Brasil precisa agir com urgência para proteger seus cidadãos com consistência.