quinta-feira, 17 de outubro de 2013

"TINKUYNINCHEJ"-O NOSSO ENCONTRO

Toledo recebe tribos indígenas do Equador, Paraguai e Guaíra

A partir de quinta-feira, 15, os toledanos terão a oportunidade de conhecer um pouco mais da cultura indígena. Até o fim de semana, as tribos Quéchua do Equador, Tupi-Grani do Paraguai e Tekoá de Guaíra, estarão na cidade para apresentações artísticas, exposição de artesanato e mostra de ervas medicinais. Por fim, no sábado, 17, no Green Hall Eventos, será realizado um jantar típico, com carne de búfalo. O evento é uma realização da Kahena Espaço Natural, com o apoio da Secretaria da Cultura de Toledo.
A vinda dos indígenas para Toledo, como explica uma das idealizadoras do evento, Selma Cavalli, é para mostrar a verdadeira cultura. “Eles são os primeiros habitantes de nossa terra. Eles são as verdadeiras culturas e temos muito que apreender”, comentou Selma. “A ideia da realização deste evento é como um intercâmbio cultural, onde vamos conhecer outros costumes, outros estilos de vidas, aprender a valorizar as pequenas coisas”, explica Selma, ressaltando a importância deste contato. “Eles vão nos mostrar uma pouco de suas vidas e suas tradições. Aprenderemos uma maneira mais tranquila de viver. Valorizar as pequenas coisas, o respeito com a natureza, a consciência com a preservação”.
PROGRAMAÇÃO
No total, serão 51 índios, sendo 6 do Equador, 15 do Paraguai e 30 de Guaíra. As apresentações artísticas e exposição de artesanatos iniciam na quinta-feira, 15, das 13h30 às 18h no Parque Ecológico Diva Paim Barth. Na sexta, das 13h30 às 18h, em frente ao Teatro Municipal, depois seguem com apresentações no Shopping Panambi. No sábado, no mesmo horário, eles estarão na Praça Willy Barth. À noite acontece no Green Hall o jantar, com apresentações e grupo de Viola Caipira, a partir das 20h, por R$ 15,00.
Para a secretária da Cultura, Rosangela Reche, esta é uma oportunidade para conhecer uma cultura tão diferente, mas tão próxima. “Eles vão nos mostrar um pouco de como é a vida, a rotina e suas tradições. Estamos apoiando como forma de inventivo à valorização cultural indígena. Valorizar outras culturas, principalmente, esta que está tão próxima e não sabemos”, ressalta a secretária.
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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Texto urgente de Dom Erwin Kräutler, bispo do Xingu e presidente do Cimi.

Texto urgente de Dom Erwin Kräutler, bispo do Xingu e presidente do Cimi. Divulgue, compartilhe!

Dividir e conquistar: os conflitos e violências da intervenção federal no Tapajós

Atribui-se ao imperador romano Júlio César (+44 a.C.) a expressão “Divide et impera”. O ditado sugere que para um povo perder sua força e seu brio e assim ser mais facilmente dominado, a estratégia é dividir, criar discórdia, jogar uns contra os outros. Provocar a divisão entre os povos e populações locais é uma estratégia histórica e sistematicamente usada pelos governos e grupos econômicos interessados na exploração dos recursos naturais até então de usufruto exclusivo destes povos e populações.

Link: http://goo.gl/MXQhfY

Os governos e grupos econômicos usam esta estratégia da divisão para romper ou enfraquecer a resistência destes povos que, evidentemente, não se conformam e não aceitam o fato de terem suas terras invadidas, sua cultura agredida, seus projetos de vida destruídos.

Os governos e grupos econômicos não hesitam em provocar, favorecer e alimentar fraturas políticas entre potenciais aliados dos povos e populações locais que se opõem aos seus interesses. Usam esta artimanha a fim de colocar em lados opostos pessoas e organizações que poderiam estar articuladas e atuando conjuntamente no apoio e fortalecimento da resistência destes povos e populações.

Os governos e grupos econômicos defendem a tese segundo a qual os povos, populações locais e organizações de apoio seriam os “sujeitos da violência” nesses processos. Por isso, qualquer mobilização que se contraponha aos interesses do governo e dos grupos econômicos é rotulada de “baderna”, “arruaça”, “confusão”, “agitação”, “violência”. É o típico caso de “culpabilização da vítima”. Tentam assim camuflar o fato de que são eles próprios os protagonistas da violência e justificam o uso da força policial do Estado para implementar seus interesses. Invariavelmente aplicam a estratégia da “criminalização” de lideranças a fim de enfraquecer qualquer resistência.

Os governos e grupos econômicos nunca assumem a responsabilidade pelos desequilíbrios e fraturas políticas. Sempre jogam a culpa em alguma organização, alguma pessoa ou grupo de pessoas que atuam nas respectivas regiões.

Essas premissas se aplicam hoje perfeitamente à região do Tapajós, onde o governo pretende construir o chamado “Complexo Hidroelétrico do Tapajós”. Representantes do governo bem treinados e desprovidos de qualquer tipo de senso ético atuam com grande afinco na região, de modo especial junto aos Munduruku, povo que impõe a maior resistência ao projeto governamental.

Preocupados damo-nos conta de que o governo federal e os grupos econômicos têm alcançado relativo sucesso nesta estratégia, especialmente no que tange à provocação de divisões e desequilíbrios entre os Munduruku e potenciais aliados deles na região. A obstinação do governo federal em cumprir o calendário de viabilização do Complexo Hidroelétrico do Tapajós está causando sérios conflitos e violências. A “divisão interna” provocada pela intervenção federal entre os Munduruku e daqueles que lutam em defesa do projeto de vida do povo, contribui para que o governo, as empreiteiras e os grupos econômicos avançam, desdenhando de quem não reza por sua cartilha, na implementação de seu projeto de morte.

O momento exige bom senso, serenidade, ausculta aguçada às necessidades do povo e diálogo entre caciques, guerreiros e demais lideranças Munduruku na busca de consenso sobre as formas de ações que possam efetivamente impedir a construção das hidroelétricas no Tapajós e a consequente desestruturação do povo.

Afirmamos nosso compromisso e disposição de apoio irrestrito à luta dos Munduruku contra os projetos de morte que os ameaçam.