terça-feira, 29 de maio de 2012

CNBB ( Dom Damian bispo)

 Quinta-feira, 19 de abril de 2012, 14h37
"Temos uma dívida social imensa com os povos indígenas", diZ bispo

Da Redação, com CNBB

CNBB
Dom Damian é bispo na diocese onde 90% da população é formada por povos indígenas
“Temos uma dívida social imensa com os povos indígenas pelos massacres, genocídios, inomináveis crueldades e injustiças praticadas ao longo destes 512 anos de invasão e extermínio”, disse Dom Édson Tasquetto Damian, bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM), na Missa do segundo dia da 50ª Assembleia dos Bispos da CNBB, em Aparecida (SP).

Dom Damian é bispo na diocese onde 90% da população é formada por povos indígenas e trabalha em profunda sintonia com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), um dos organismos vinculados à CNBB com atuação reconhecida na história recente do Brasil. Ele lembrou da fundação do Conselho e destacou: “o seu início, é marcada pelo testemunho dos mártires. E citou alguns, entre os quais padre Rodolfo Lukenbein, padre João Bosco Penido Burnier, Ângelo Pereira Xavier, cacique Pancaré e Marçal Tupã-y, líder Guarani que saudou o Papa João Paulo II em sua visita ao Brasil, em 1980.



O CIMI tem 40 anos de existência, período que, segundo Dom Damiam, pode ser comparado ao "tempo em que o povo hebreu andou pelo deserto rumo à Terra Prometida e ajudam a manter viva a esperança dos povos indígenas que aguardam o processo de demarcação de 335 territórios e de outros 348 que ainda estão em fase de reivindicação”.

O bispo manifestou seu apreço pelas comunidades indígenas: “Sempre me encanto com estes irmãos. Apesar de uma vida dura e penosa nunca perdem a alegria e a fé que se expressam no sorriso límpido, espontâneo, cativante. Quando adoecem demoram até uma semana, nas frágeis embarcações com motor de ‘rabeta’, para serem transportados a São Gabriel, debaixo de sol abrasador ou de chuva torrencial. Dizia-me um médico que muitos chegam tão debilitados que se torna muito difícil ou até impossível o tratamento”.

Dom Damian, diante dos mais de 340 bispos reunidos em Aparecida, compartilhou uma experiência vivida com o Papa Bento XVI. Ele contou que na visita “ad limina” de 2010, ficou surpreso com duas perguntas feitas pelo Papa.



A primeira: “O povo da sua região está destruindo a floresta?” Dom Damian disse que teve a alegria de informá-lo “que na bacia do Rio Negro apenas 4% das florestas foram derrubadas, ao passo que em alguns Estados da Amazônia elas já foram totalmente destruídas pela ganância avassaladora das madeireiras, do agronegócio e das hidrelétricas. Dom Erwin Kräutler, nosso presidente do CIMI, não se cansa de denunciar a grande destruição e os minguados resultados da faraônica hidrelétrica de Belo Monte. Os índios são nossos mestres na preservação ambiental e no desenvolvimento sustentável. “Nossa vida depende da vida da floresta”, costumava dizer a irmã Doroty Stang.

A segunda pergunta feita por Bento XVI foi: “Os índios são bons católicos. Eles se confessam?” Dom Damian respondeu: “Todos, se confessam, desde as crianças que há pouco fizeram a Eucaristia até aos mais idosos. E com um detalhe original. A maioria começa dizendo: ‘Agora vou me confessar na minha língua’. A essa explicação, o Papa indagou: “E você entende todas as línguas?” E o bispo disse: “De que jeito, respondi. São 18 línguas e tão diferentes umas das outras. Mas quem perdoa é o Pai que criou todos os povos e culturas e Ele se entende muito bem com seus filhos prediletos. Assim a boa nova das culturas indígenas acolhe a Boa nova de Jesus”.

Antes de terminar a homilia, Dom Damian expressou sua gratidão: “Agradeço, de coração, a todos os que, com generosidade e abnegação, se dedicam à causa indígena como uma causa do Reino, às missionárias e missionários do CIMI, às dioceses e seus agentes de pastoral, às congregações religiosas, enfim, a todos os que vivem ‘em estado de missão inculturada e se empenham para que nossa Igreja se torne realmente morada de povos irmãos e, assim também, casa dos povos indígenas”.
                                               DOM DAMIAN -BISPO


domingo, 27 de maio de 2012

POVOS INDÍGENAS NO BRASIL

Existem mais de 230 povos indígenas no Brasil.
São mais de 800 mil pessoas!
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A maioria dos indígenas vive em Terras Indígenas e o restante em diferentes cidades do país.
Os índios que vivem no Brasil falam muitas línguas. São cerca de 180 línguas indígenas!
A diversidade de culturas e línguas entre os povos indígenas no Brasil era muito maior na época da chegada dos colonizadores.
Muitos estudos indicam que no século XVI havia entre 2 e 4 milhões de índios. Eles pertenciam a mais de mil povos e falavam mais de mil línguas diferentes!

domingo, 20 de maio de 2012

PASTORAL INDÍGENA E INDIGENISTA

Segunda, 21 Maio de 2012
25/03/2009 - 15:16 - PASTORAL INDÍGENA E INDIGENISTA
1.    Justificativa

¨       No estado do Paraná os Povos  Kaingang, Guarani e Xetá estão distribuídos em 44 comunidades, localizadas em 12 dioceses, 24 paróquias  24 municípios.  A maioria pertence a Igreja Católica com língua e cultura própria. A influencia Cristã e Católica entre os indígenas é visível e a dimensão religiosa é fundamental na articulação dos diversos aspectos que compõe a vida nas aldeias. Nos propomos a realizar a missão com os indígenas reconhecendo –os como sujeitos e protagonistas da Evangelização inculturada .
¨       A Pastoral Indigenista apresenta-se como instrumento de comunhão, participação e transformação, por isso, coloca-se dentro das quatro exigências (serviço, dialogo, anuncio e testemunho de comunhão).  Assumidos pelas diretrizes Gerais da CNBB.
¨       Cf. (doc. Aparecida Nº 530) Como discípulos e missionários a serviço da vida, acompanhamos os povos indígenas no fortalecimento de suas identidades e organizações próprias, na defesa do território, na educação intercultural bilíngüe e na defesa de seus direitos. Comprometemos-nos também a criar consciência na sociedade a respeito da realidade indígena e sues valores .....

2.    Objetivo

Evangelizar ao Povos Indígenas do Paraná de etnia Kaingang, Guarani e Xetá, a partir do encontro com Jesus Cristo, como discípulos missionários, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, participando da construção de uma sociedade justa e solidária, “para que todos tenham vida e a tenham em abundancia”(Diretrizes gerais da Ação evangelizadora da Igreja no Brasil)

3.    Diretrizes

¨       Motivar as igrejas particulares á assumirem a Pastoral Indigenista integrando-a no plano da diocese e da Paróquia;
¨       Entrosar a Pastoral Indigensita Missionária  em nível Nacional e Latino Americano, em comunhão com as Pastorais sociais em nível, Regional, Diocesano e Paroquial ;
¨       Fortalecer o dialogo ecumênico e inter religioso entre as comunidades indígenas e as comunidades não indígenas;
¨       Dar continuidade ao trabalho de organização e formação da  juventude indígena nas comunidades, levando – as a serem sujeito da civilização do amor;
¨       Desenvolver o protagonismo das mulheres indígenas em prol da devesa da vida;

4.    Atividades

¨       Encontros de formação para: Juventude (Álcool, drogas, prostituição),  Mulheres, Lideranças tradicionais;
¨       Visita as 44 comunidades do Estado com o objetivo de: reuniões de formação, celebrações da Palavra,  visita as paróquias;
¨       Realização e apoio as semanas  culturais;
¨       Acompanhamento aos indígenas universitários
¨       Apoio aos direitos fundamentais: Educação, saúde, luta pela terra, protagonismo indígena e direitos constitucionais;
¨       Encontro para fortalecimento das raízes culturais e recuperação da identidade indígena;
¨       Projeto de valorização da mulher indígena e sua participação ativa na transformação da comunidade em prol da vida;
¨       Trabalho com os idosos no resgate da historia, do conhecimento da biodiversidade e da ecologia;
¨       Promover discussões com as comunidades acampadas em busca das terras tradicionais (09) em prol de seus direitos e deveres;
¨       Participar e promover as festas dos Santos  culturais, principalmente Nossa Senhora de Guadalupe e São Juan Diego .
¨       Todas essas atividades visão, fazer discípulos missionários de Jesus Cristo, levando a todos ao encontro pessoal  com Cristo.....

2.    Organização

¨       Representante Episcopal: Dom Antonio Wagner da Silva SCJ.
¨       Assessor Regional: Secretaria: Ir. Cristina Mario ASCJ.

sábado, 19 de maio de 2012

DIREITOS DOS ÍNDIOS

A importância do direito dos índios para a manutenção da identidade brasileira

Os direitos e interesses indígenas têm natureza de direito coletivo, direito comunitário. Como tal, concerne a toda a comunidade. É por essa razão que a Constituição, em seu art. 232, reconhece legitimação em juízo aos próprios índios, e às comunidades e as organizações antropológicas e pró-índios, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.
O Estatuto dos Povos Indígenas, em discussão na Câmara dos Deputados, em seu art. 4º, explicita,
Art. 4º. A política de proteção e assistência aos povos, às comunidades indígenas e aos índios terá como finalidades:
I. assegurar aos índios a proteção das leis do País;
II. prestar assistência aos povos, às comunidades indígenas e aos índios;
III. garantir aos índios o acesso aos conhecimentos da sociedade brasileira e sobre o seu funcionamento;
IV. garantir aos índios e aos povos ou comunidades indígenas meios para sua auto-sustentação, respeitadas as suas diferenças culturais;
V. assegurar aos índios e aos povos ou comunidades indígenas a possibilidade de livre escolha dos seus meios de vida e de subsistência;
VI. promover o respeito à organização social, aos usos, costumes, línguas e tradições dos povos e comunidades indígenas, a todos os seus bens, seus modos de viver, criar e fazer, seus valores culturais e artísticos e demais formas de expresão;
VII. executar, com anuência dos povos e das comunidades indígenas, e sempre que possível, com a sua participação, programas e projetos que os beneficiem;
VIII. garantir aos índios e aos povos e às comunidades indígenas a posse permanente e o usufruto exclusivo das riquezas naturais existentes nas terras que tradicionalmente ocupam;
IX. garantir aos índios o pleno exercício dos direitos civis e políticos;
X. proteger os bens de valor artístico, histórico e cultural, os sítios arqueológicos e as demais formas de referência à identidade, à ação e à história dos povos e comunidades indígenas;
XI. assegurar aos povos, comunidades e organizações indígenas o direito de participação em todas as instâncias que lhe digam respeito.
Foi nossa intenção, desde as primeiras linhas deste artigo, evidenciar o quão são rechaçados os direitos e garantias das comunidades indígenas. Não deveria ser assim, na medida em que também são cidadãos e, por isso mesmo, devem ser respeitados.
Esperamos sinceramente que este artigo seja um ponto de partida, um alerta para a necessidade da defesa do direito dos índios. Preservando seus direitos junto com sua cultura, estaremos também preservando uma parte significativa desta mistura singular de culturas e etnias, a qual denominamos identidade nacional brasileira.